Seminários Feyerabend: Adeus à Razão
Nossos seminários de 2018 serão em torno deste livro de Paul Feyerabend: Adeus à Razão. Publicado originalmente em 1987, esse livro foi traduzido entre nós por Vera Joscelyne e publicado pela Editora Unesp em 2010.
Como Feyerabend diz na introdução, trata-se de um conjunto de ensaios sobre a diversidade e a mudança na cultura. O longo primeiro capítulo tem quase 100 páginas e se chama “Notas sobre o relativismo”. A ele se seguem mais onze, todos igualmente instigantes, mas com extensões bem menores.
Foi nesse livro que vi pela primeira vez, há muito tempo, a tão eloquente expressão “admirável monotonia nova”, que aparece no penúltimo capítulo. Inspirado evidentemente em Huxley, Feyerabend nos conduz ao seu pluralismo contrapondo-o à mesmice das tentativas de uniformização e padronização da chamada cultura ocidental.
Seminários “A ciência tal qual se faz” – história social da prova
Neste seminário discutimos o texto “Para uma história (social) da prova nas ciências e nas técnicas. Reflexões gerais e estudo de dois casos: as experiências de Hertz e a imunização magnética dos navios.”, de Dominique Pestre (1950-), sociólogo, historiador da ciência e diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. Há vários vídeos dele no nosso canal do youtube, dentre eles o seguinte:
Como diz Fernando Gil (1999, p. 12) na introdução do livro: “A história das ciências sugere que a recepção das teorias não depende apenas do teor das provas demonstrativas e experimentais.” Isso porque, na prática, “a prova tal qual se faz” não é fruto de uma racionalidade predeterminada por demonstrações matemáticas e experimentos, e sim de uma racionalidade construída por consensos, que implicam estratégias argumentativas, pragmáticas e retóricas.
Ciência em ação V
Texto do André sobre o quinto capítulo, “Tribunais da razão”:
No capítulo 5 de Ciência em Ação, Latour se engaja em uma discussão relativa aos critérios que servem como parâmetros de demarcação entre o conhecimento científico e o conhecimento do senso comum. Essa oposição, muitas vezes colocada em termos valorativos como “racional vs irracional”, parece apontar para a existência de um aspecto que torna o primeiro tipo de conhecimento superior ao segundo.
Representar e intervir V
Como vimos, Hacking apresentou a discussão dos antirrealistas (positivistas, pragmatistas e incomensurabilistas), mostrou o relato de Putnam para dar conta da incomensurabilidade de significado, mas acabou revelando a sua deriva do realismo para o antirrealismo. Nesse movimento, Putnam aproxima-se de Kuhn, e Hacking os denomina de nominalistas transcendentais, sendo o primeiro conservador, e o segundo, revolucionário. Para finalizar a primeira parte do livro, Hacking ainda aponta para outro caminho da filosofia da ciência “da teoria”, que é o que ele aborda no capítulo “Um substituto para a verdade” (p. 191-210).