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Feyerabend no Sonho Manifesto

Acabei de ler e recomendo deveras este novo livro do Sidarta Ribeiro, uma luz no fim do túnel com seus “Dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico” (este é o subítulo, que só aparece na folha de rosto). Ele viaja por várias tradições, inclusive a científica, e por uma belíssima diversidade de autores-aliados para nos alertar sobre o nosso futuro, humano demasiado humano (e não desumano, como costumamos pensar), mas resgatando um outro caminho possível na nossa ancestralidade sapiens que, além da competição, se baseia também na cooperação. Vejam o sumário:

Não vou dar spoiler, mas, para construir o seu argumento, Sidarta toca em assuntos que já discutimos várias vezes por aqui, como o papel da metáfora na ciência. Olhem só este trechinho (p. 84, tem muito mais adiante):

Algumas questões junguianas (p. 119):

E uma citação do Feyerabend (p. 86):

 

Como diz Ailton Krenak: “o futuro é ancestral”.

 

 

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Ciência e Arte em Jung (continuação)

O sétimo capítulo do livro O espírito na arte e na ciência, de Jung, que se chama “Psicologia e poesia” e foi publicado em 1930, parece ter uma continuidade em relação ao anterior, repetindo e aprofundando alguns conceitos já apresentados antes, bem como a crítica à psicanálise, ao dogmatismo e ao racionalismo. Há um destaque aqui à diferenciação entre obra de arte e artista, que se reflete inclusive nos títulos das duas seções do texto – “A obra” e “O poeta”, como veremos a seguir. Mas antes Jung nos fala dessa relação profunda entre literatura e psicologia, mostrando que uma coisa é analisar a estrutura psicológica de uma obra de arte, e outra, as circunstâncias psicológicas do homem criador. O objeto da primeira é a obra de arte, fruto intencional de atividades anímicas complexas, e o da segunda, o ser humano, seu aparelho psíquico. Apesar de relacionadas, não se explicam mutuamente:

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Ciência e Arte em Jung

No capítulo “Relação da psicologia analítica com a obra de arte poética”, que é uma palestra proferida em 1922, Jung entra diretamente na questão-chave do seu livro, O espírito na arte e na ciência, que tem sido objeto dos nossos Seminários Ciência & Arte às quartas. Ele começa com uma crítica ao reducionismo psicológico, que se desdobra numa crítica à interpretação psicanalítica das obras de arte, para nos brindar com uma aula sobre alguns conceitos importantes da sua psicologia analítica, como complexo autônomo, inconsciente coletivo e arquétipo, que podem ser mais produtivos para pensar a arte. Mas vamos por partes.

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Jung, leitor de Wilhelm

Jung_Wilhelm

O quinto capítulo do livro O espírito na arte e na ciência, de Jung, chama-se “Em memória de Richard Wilhelm”. Escrito em 1930 para uma palestra em memória de seu amigo, carinhosamento chamado por ele de “espírito que lançou uma ponte entre Oriente e Ocidente” (JUNG, 2011, p. 55) ou “o mensageiro da China” (ibid., p. 63), que havia morrido poucos dias antes.

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Jung, leitor de Freud

Os capítulos 3 e 4 do livro O espírito na arte e na ciência, de Jung, são dedicados a Freud. O primeiro, publicado em 1932, chama-se “Sigmund Freud, um fenômeno histórico-cultural”; e o segundo, publicado logo depois da morte de Freud, chama-se “Sigmund Freud (1939)”.

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Jung, leitor de Paracelso

O primeiro capítulo de O espírito na arte e na ciência, de Jung, se chama “Paracelso”, e é uma palestra proferida em 1929. Para caracterizar seu sujeito de estudo, Jung começa falando do mapa astral de Paracelso (1493-1541), nascido com o Sol em Escorpião, que é regido por Marte: “Paracelso não desmentiu esta natividade” (p. 9): tornou-se médico e uma pessoa deveras briguenta.

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Em tempos de pandemia: civilização em transição

Nesta semana iniciaremos uma nova atividade: Seminários Jung. Interesse recente do grupo, Jung nos atravessou no ano passado com a sua sincronicidade e tem nos inspirado deveras. Foi difícil escolher um texto para começar esse mergulho na obra dele, mas chegamos lá. Essa nova atividade se insere no nosso projeto de pesquisa “Ciência e arte na perspectiva dos science studies”.

Roda de Conversa: Jung e a sincronicidade

Esta semana receberemos o Raul e o Walter, nossos queridos analistas junguianos, para bater um papo sobre Jung e a sincronicidade. Clique aqui para ver o livro Sincronicidade de Jung.