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Errata do livro Representar e intervir

bilhete

Antes de mais nada, quero parabenizar o meu amigo, prof. dr. Pedro Rocha de Oliveira, pela corajosa tradução desse livro. O texto flui, reflete o estilo amiúde irônico do Hacking e algumas soluções foram realmente excelentes. Como sabemos, no entanto, os textos são por definição inacabados, quer sejam autorais ou tradutorais, e uma revisão a mais nunca é demais. Por isso, seguem algumas anotações que fizemos ao longo dessa leitura:

1) No índice analítico (p. 53), por uma questão de padronização, em vez de “Parte A: Representação”, leia-se “Parte A: Representar”.

2) No segundo parágrafo da seção “Ciência normal” da Introdução (p. 66), em vez de “concertada”, leia-se “consertada”.

3) No segundo parágrafo da seção “Racionalidade e realismo científico” da Introdução (p. 77), em vez de “mas não faço isso seguindo a linha de Laudan”, leia-se “mas isso não está em conflito com Laudan”. Continuar Lendo →

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Representar e intervir VII

hacking_ian-20000120Na segunda parte do livro, Hacking sai da representação e passa à intervenção, ou seja, em vez dos problemas relacionados às teorias científicas com os quais tem lidado a filosofia da ciência tradicional, ele passa a enfatizar os problemas da prática científica. Para dar conta disso, escreve 8 capítulos: 1) experimento; 2) observação; 3) microscópios; 4) especulação, cálculo, modelos e aproximações; 5) criação de fenômenos; 6) medição; 7) tópicos baconianos; e 8) experimentação e realismo científico. Continuar Lendo →

Representar e intervir VI

Texto da Lígia sobre o capítulo “Microscópios” (p. 279-305):

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Neste capítulo Hacking defende que o uso de microscópios é um argumento relevante sobre o realismo científico de entidades teóricas, inserindo essa temática no debate entre realismo e antirrealismo. Em seguida argumenta que os filósofos devem se voltar para o estudo do funcionamento dos microscópios, visto que eles podem ser utilizados como um instrumento de descobertas sobre o mundo.

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Representar e intervir V

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Como vimos, Hacking apresentou a discussão dos antirrealistas (positivistas, pragmatistas e incomensurabilistas), mostrou o relato de Putnam para dar conta da incomensurabilidade de significado, mas acabou revelando a sua deriva do realismo para o antirrealismo. Nesse movimento, Putnam aproxima-se de Kuhn, e Hacking os denomina de nominalistas transcendentais, sendo o primeiro conservador, e o segundo, revolucionário. Para finalizar a primeira parte do livro, Hacking ainda aponta para outro caminho da filosofia da ciência “da teoria”, que é o que ele aborda no capítulo “Um substituto para a verdade” (p. 191-210).

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Representar e intervir IV

hacking

Francine preparou alguns tópicos sobre o capítulo “Realismo interno” (p. 167-189):

A.7. Realismo interno (p. 167)

A.7.1. Realismo interno e externo (p. 168)

A.7.2. Questões a respeito do realismo metafísico (p. 169)

A.7.3. Trabalho de campo metafísico (p. 171)

A.7.4. Kant (p. 172)

A.7.5. A verdade (p. 174)

A.7.6. Entidades teóricas e coisa em si (p. 175)

A.7.7. Referência (p. 177)

A.7.8. Gatos e Cerejas (p. 178)

A.7.9. As implicações para o realismo científico (p. 180)

A.7.10. Premissas (p. 182)

A.7.11. Nominalismo (p. 186)

A.7.12. Nominalismo revolucionário (p. 187)

A.7.13. Racionalidade (p. 189)

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Representar e intervir III

ian hacking

André preparou o seguinte resumo do capítulo “Referência” (p. 147-166):

Neste capítulo, Hacking analisa a teoria do significado de Putnam para ver como esta pretende evitar as dificuldades impostas pela tese da incomensurabilidade de Kuhn apresentada no capítulo anterior. Hacking argumenta que a teoria de significado de Putnam se encaixa bem em casos de sucesso da ciência como é o caso do elétron, mas ela parece não ser sensível a alguns outros casos recorrentes na história da ciência. A conclusão do capítulo parece ser a de que a teoria de Putnam não nos força a adotar uma postura realista. Continuar Lendo →

Representar e intervir II

RepresentingandIntervening

A primeira parte do livro começa discutindo o realismo científico (p. 81-93), mapeando os realismos e antirrealismos de teorias e de entidades. Diante dessa empreitada, é feita uma reclassificação entre realistas e antirrealistas de toda a tradição da filosofia da ciência. É possível ser realista de teorias sem ser realista de entidades. Russel, por exemplo, é enquadrado como realista de teorias e antirrealista de entidades, já que não problematizava a possibilidade de alcançar a verdade por meio das teorias, mas tratava as entidades inobserváveis como construções lógicas. Hacking, por sua vez, se declara um realista científico de entidades e diz que, para ele, só no nível da experimentação se pode ter certeza da existência de entidades teóricas não observáveis. É o chamado argumento experimental: “se você pode bombardeá-los [elétrons e pósitrons], então eles são reais” (p. 84).

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Representar e intervir I

representar_intervir

Desde o início do ano estamos discutindo o livro do Ian Hacking, Representar e intervir, publicado em 2012 pela Editora da UERJ. Apesar de já ser um texto balzaquiano (publicado originalmente em 1983), ele ainda é deveras atual e conta com uma introdução do autor escrita especialmente para a edição brasileira. Ademais, há uma reveladora apresentação, escrita pelo meu amigo André Mendonça (IMS-UERJ), em que ele nos apresenta o Hacking e sua obra como uma ponte entre a tradição e a pós-modernidade. Vale a pena conferir!

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